Regulamentação térmica 2020: quais são as obrigações em matéria de aquecimento?

A regulamentação térmica 2020, muitas vezes designada pela sigla RT 2020, é uma mudança significativa que se desenha na paisagem francesa da construção. A partir de janeiro de 2021, todos os edifícios novos deverão atender aos novos critérios estabelecidos por essa regulamentação. Esses novos padrões visam principalmente reduzir o consumo de energia e incentivar a produção de energia no local. Neste artigo, exploraremos os diferentes aspectos da RT 2020, concentrando-nos nas obrigações impostas em matéria de aquecimento e no que isso significa concretamente para os futuros proprietários.

Entender a RT 2020: uma evolução necessária

A RT 2020 sucede a RT 2012 com a intenção de reforçar as exigências em matéria de desempenho energético. Desenvolvida no contexto da transição energética, essa regulamentação visa responder aos desafios ecológicos atuais. Enquanto o setor imobiliário representa uma parte significativa das emissões de gases de efeito estufa na França, a RT 2020 tem como objetivo inverter essa tendência. Ela incentiva a adoção de soluções inovadoras em matéria de aquecimento, isolamento e concepção de edifícios.

Histórico e objetivos da regulamentação térmica

A regulamentação térmica foi introduzida pela primeira vez em 1974, após o primeiro choque petrolífero que levou à conscientização sobre a dependência energética. Desde então, cada nova versão da regulamentação introduziu normas cada vez mais rigorosas. A RT 2020 marca uma virada ao integrar a noção de produção de energia no local, com um objetivo ambicioso: cada edifício novo deve produzir pelo menos tanta energia quanto consome.

  • RT 1974 : Redução de 25% no consumo energético em relação à construção clássica.
  • RT 2012 : Introdução do princípio de casa de baixa consumo, consumo limite de 50 kWh/m²/ano.
  • RT 2020 : Objetivo de 0 kWh/m²/ano, integrando a produção de energia.

As grandes novidades da RT 2020

Com a RT 2020, as regras referentes à performance energética dos edifícios novos são significativamente reforçadas. Enquanto a RT 2012 se concentrava principalmente na eficiência térmica, a RT 2020 vai além, introduzindo critérios relacionados à produção de energia e à diversidade de usos. Este novo regulamento também leva em conta a pegada de carbono dos materiais utilizados na construção.

As distinções chave entre RT 2012 e RT 2020

Critério RT 2012 RT 2020
Classe energética Edifícios de Baixo Consumo (BBC) Edifícios de Energia Positiva (BEPOS)
Usos envolvidos Aquecimento, resfriamento, produção de água quente sanitária, iluminação Adição de aparelhos eletrodomésticos nos usos
Objetivo Reduzir o consumo de energia Produzir mais energia do que consome

É importante notar que essa nova regulamentação terá implicações diretas sobre a concepção de casas individuais e edifícios coletivos. Arquitetos, mestres de obra e artesãos terão que adaptar seus métodos de trabalho para se conformar às novas exigências.

Obrigações de aquecimento sob a RT 2020

Para respeitar a RT 2020, os edifícios devem atender a três obrigações essenciais relacionadas ao aquecimento e à energia em geral. Essas regulamentações não são apenas restrições, mas representam uma oportunidade para adotar soluções ecológicas e rentáveis.

1) Consumo de aquecimento limitado

Um dos principais desafios da RT 2020 é garantir que o consumo de aquecimento de um edifício não exceda 12 kWh/m²/ano. Esse objetivo ambicioso implica várias estratégias:

  • Seleção de materiais de isolamento eficientes, como cânhamo ou celulose.
  • Instalação de um sistema de ventilação adequado para otimizar o ar interior.
  • Concepção bioclimática, incluindo uma orientação estratégica das janelas em direção ao sol.

2) Consumo de energia primária controlada

Além do aquecimento, a RT 2020 exige que o consumo total de energia primária permaneça inferior a 100 kWh/m²/ano. Isso inclui não apenas o aquecimento, mas também a produção de água quente sanitária, iluminação e uso de aparelhos eletrodomésticos. É uma verdadeira mudança de paradigma que incentiva a redução do consumo de energia em todos os aspectos do cotidiano.

3) Produção de energia renovável

A terceira obrigação essencial impõe aos novos edifícios gerar sua própria energia renovável. Isso pode assumir várias formas, e uma ampla gama de soluções está disponível:

  • Paineis fotovoltaicos ou dispositivos solares.
  • Caldeiras a gás de condensação, como as de marcas renomadas como Viessmann ou De Dietrich.
  • Sistemas de aquecimento que utilizam energias renováveis, por exemplo, bombas de calor de Daikin ou Ferroli.

As implicações financeiras da RT 2020

Construir um edifício conforme a RT 2020 pode gerar um custo inicial adicional variando entre 5% e 10% em relação às construções tradicionais. Esse custo adicional se deve em grande parte à utilização de materiais mais caros e à integração de novas tecnologias. No entanto, esses investimentos podem rapidamente se tornar rentáveis.

As economias de energia realizadas graças a habitações bem isoladas e energeticamente eficientes permitem reduzir as contas de aquecimento, e com o tempo, esse investimento inicial será amortizado. Além disso, se o edifício produzir mais energia do que consome, é possível vender esse excedente para os fornecedores de energia, como Axel Legrand e outros atores importantes do mercado.

Adotar um aquecimento ecológico

Para se conformar à RT 2020 e se beneficiar de vantagens econômicas, é capital priorizar instalações de aquecimento ecológicas. Isso não só atende às normas da RT 2020, mas também contribui para a proteção do meio ambiente. Entre as opções disponíveis, algumas se destacam:

  • Paineis solares térmicos: Ideais para água quente sanitária.
  • Aquecedores de biomassa: Fogões a pellets ou a lenha.
  • Sistemas de aquecimento central que utilizam energias renováveis: Como os oferecidos por Atlantic ou Buderus.

A automação residencial: uma vantagem em matéria de energia

A automação residencial permite otimizar a gestão da energia nos edifícios. Ao integrar sistemas inteligentes, torna-se possível controlar e ajustar o consumo de energia em tempo real. Esse controle ajuda a limitar o desperdício e associa à RT 2020 essa noção de casa conectada.

A automação residencial oferece várias vantagens:

  • Ajuste da temperatura de acordo com os hábitos de vida.
  • Monitoramento do consumo de energia em aparelhos específicos.
  • Automatização dos sistemas de iluminação e aquecimento.

FAQ sobre a RT 2020 e as obrigações de aquecimento

Qual é o consumo máximo de aquecimento segundo a RT 2020?

O consumo de aquecimento deve ser inferior a 12 kWh/m²/ano.

Quais materiais são recomendados para respeitar a RT 2020?

É aconselhável utilizar materiais de isolamento como a celulose, o cânhamo ou a fibra de madeira.

Quais energias renováveis podem ser utilizadas para a RT 2020?

As opções incluem paineis fotovoltaicos, sistemas de aquecimento por biomassa e bombas de calor.

Como rentabilizar o investimento relacionado à RT 2020?

As economias de energia nas contas de aquecimento, bem como a venda de eventuais excedentes de energia, permitem rentabilizar o investimento inicial.

A automação residencial é obrigatória para se conformar à RT 2020?

A automação residencial não é obrigatória, mas é fortemente recomendada para otimizar a gestão da energia e limitar o desperdício.

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